Com o tempo, notei como os aspectos sombrios são facilmente acessíveis; o Amante viciado e o Amante impotente.
O Arquétipo do Amante é a parte de nós que procura se conectar, se unir. Geralmente é como nos relacionamos - com nossas emoções, com nosso corpo, com outras pessoas, com o universo, bem como com um Poder Superior.
Portanto, o vício no contexto do Amante pode não apenas parecer com indulgências e compulsões típicas, mas também como um transbordamento de emoções, sendo apegado ou necessitado. Pode se manifestar como um desejo crescente de projetar sua sexualidade externamente. Tocar, observar, desejar, olhar...
Então, a impotência no contexto do Amante pode não só parecer uma libido sem brilho, mas também uma atrofiança emocional, sendo incapaz de se abrir. Pode se manifestar como um desejo adicto é satisfeito, se sente saciado. A coceira foi arranhada e deixa de existir.
Essas sombras passam de um envolvimento excessivo com sua energia sexual a um completo desapego dela, do vício à impotência. Muitas vezes, os homens tentam deter um hábito ou padrão prejudicial, abstendo-se desse comportamento sexual. Isto pode funcionar por algum tempo, mas, sem orientação, eles voltam e começam a se envolver insalubres com sua energia sexual novamente, até tentarem parar mais uma vez.
Esta reviravolta pode resultar da vergonha sobre o amor ou a conexão. Talvez você acredite que não está amando o suficiente, ou que você não é sensual e sexualmente suficiente, ou emocional da maneira correta.
Talvez você acredite que não é realmente uma pessoa amorosa. Portanto, ou você desiste de amar, ou tenta exagerar qualquer comportamento que pareça amoroso para compensar sua vergonhosa crença.
Todos nós temos um limiar da intimidade, uma barreira que limita até onde nos sentimos a vontade de nos relacionar, entregar e confiar no outro.
Quando somos convidados a ultrapassar essa barreira e ir mais fundo em nossas relações, sentimos dor, desconforto, medo, desamparo....
Se relacionar, ir a fundo na possibilidade de se conhecer e amar o outro exige uma escolha consciente de bater nessas barreiras, olhar e sentir essas dores para transcende-las.
Mergulhar nas profundezas das intimidades de si através do outro é fazer uma escolha consciente de entrar em uma jornada de cura, que exige um acolhimento de sua criança interior, paciência e determinação.
Espero que você siga.
Com amor,
Bel
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